Ele tinha olhos espertos e semblante singelo, poucas vezes nos vimos, e poucas foram às palavras trocadas, mas lembro do detalhe da pele queimada, da mão larga com veias a flor da pele. Tinha jeito de homem valente, que não tinha medo, nem se sentia só.
A ultima vez que nos vimos, eu era mais jovem e pouco tinha a lhe dizer, ele me falava sobre gente que eu não conheço, e nomes que eu nem lembro, eu tinha que estar bem perto, porque a minha voz num tom alto lhe parecia fraca, e pouco do pouco que eu falava, menos ainda ele escutava, e quase nada ele entedia, mas tudo, tudo mesmo, lhe interessava. Ele quase nunca me ouviu falar.
Lembro de alguns momentos, ainda mais nova, quando o conheci. Ele logo de cara me impressionou, tua “velhice” se escondia atrás de uma força que o fizera andar quase metade de salvador. Até hoje eu conto espantada, tinha a visão de vô sensível, o meu bisa era um robô! RS...
Na verdade ele era um amor. Carregou-me no ombro, e me jogou pro alto na lagoa encantada que fez parte da minha infância, e que bom, ele esteve por lá comigo, e me lembro como se fosse hoje, a gente brincando como se não houvesse perigo.
Mesmo de tão longe eu senti por ele tanto amor.
Ontem ao orar por ele tive medo que ele tivesse ido sem lembrar-se de mim... Mas pra falar a verdade eu duvido, ele guardava com tantos cuidados todos os detalhes da nossa ultima passagem, que agora que lembro, até posso o ouvir!
Foram poucas as vezes que nos vimos, foi tão pouco que eu o conheci, mas mesmo assim me faz falta, e agora não consigo sorrir!
Sentirei saudade...
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